Apenas o júri, reunido no mesmo hotel de Berlim, terá acesso a uma sala de exibição, onde todos respeitarão o distanciamento. Um dos seis membros, o iraniano Mohammad Rasoulof, vencedor do Urso de Ouro em 2020, terá de assistir aos filmes em Teerão, onde o governo mantém o diretor dissidente em prisão domiciliária.

Na sua 71.ª edição, o primeiro grande festival de cinema do ano na Europa reduziu o tempo de duração de dez para cinco dias, mas almeja celebrar uma segunda parte aberta ao público em junho, principalmente com exibições ao ar livre.

Entre os destaques do festival estão "Petite Maman", da francesa Céline Sciamma, premiada em Cannes por "Retrato da Rapariga Chamas", o novo filme da alemã Maria Schrader, que está por trás da série "Unorthodox", da Netflix, e a estreia como realizador do ator alemão Daniel Brühl (de "Adeus, Lenine").

O romeno Radu Jude, premiado em 2015 por "Aferim", regressa à mostra oficial com "Bad Luck Banging or Loony Porn" sobre uma professora filmada numa "sextape" divulgada na internet.

Petite Maman

"A sensação de temor é omnipresente"

Todos os filmes na disputa pelo Urso de Ouro foram rodados ou finalizados durante a pandemia, o que resultou em produções "muito pessoais", segundo o diretor artístico do festival, Carlo Chatrian. "Todos falam da incerteza em que vivemos e a sensação de temor é omnipresente", assinalou.

Pela primeira vez, o festival de forte caráter social atribuirá um prémio de interpretação "sem género", em vez das categorias de Melhor Ator e Atriz, uma novidade entre os grandes eventos cinematográficos internacionais.

Fora da disputa pelo Urso de Ouro, que será anunciado na sexta-feira, será exibido o documentário "Tina", da HBO, sobre a cantora Tina Turner.

A Berlinale segue o exemplo de festivais como Toronto, que decorreu de modo maioritariamente online. A edição 2021 de Sundance (EUA) combinou o formato com projeções em drive-ins e pequenas salas independentes.

O Festival de Cannes, cancelado no ano passado, continua a apostar numa edição presencial, mas adiou a data, de maio para julho. Mas a organização não descarta um novo adiamento caso não existam as condições sanitárias adequadas.

"Os festivais estão a experimentar com os formatos enquanto dura a pandemia", declarou à AFP Scott Roxborough, diretor para a Europa da revista The Hollywood Reporter, cético a respeito da aposta virtual.

"O perigo é que nem os críticos se entusiasmem ao ver os filmes em casa", acrescenta.

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