Ethan Hawke revelou a sua carreira foi influenciada de forma decisiva pela forma como Hollywood tratou River Phoenix, o amigo e colega de "Os Exploradores" (1985), o primeiro filme para os dois.

O irmão mais velho de Joaquin Phoenix tinha apenas 23 anos quando morreu de overdose à saída de uma discoteca de Los Angeles em 1993.

Era considerado por muitos o maior talento da sua geração após uma curta, mas intensa carreira em que foi nomeado para os Óscares por "Fuga Sem Fim" (1988) e se destacaram filmes como "Conta Comigo" (1986), "Indiana Jones e a Grande Cruzada" (1989) e "A Caminho de Idaho" (1991).

Os Exploradores

Num perfil com entrevista do jornal The Guardian é recordado que, após o impacto "O Clube dos Poetas Mortos" (1989), Ethan Hawke parecia destinado no início dos anos 1990 ao tipo de carreira que tiveram Matt Damon e Leonardo DiCaprio, equilibrando o sucesso comercial com a credibilidade artística.

Em vez disso, tornou-se uma venerada estrela do cinema "indie", trabalhando quase sempre à margem dos grandes estúdios de Hollywood, em filmes pouco comerciais como "Antes do Amanhecer" e sequelas, "Boyhood" e "No Coração da Escuridão". Mantém ainda atividade regular no teatro e é escritor.

O Clube dos Poetas Mortos

Quando a entrevistadora lhe observa que o seu agente não teria certamente dificuldade em arranjar-lhe um trabalho de dinheiro fácil num fime de super-heróis, Ethan Hanke começa por responder que não é esse o seu sonho e cita o exemplo de "mentores" como o artista Bob Dylan, o cineasta John Cassavetes e o colega e amigo Philip Seymour Hoffman.

Recorda ainda como a mãe, quando percebeu o seu gosto pela representação, o encaminhou para o entendimento britânico de que se trata de um "ofício", afastando-o da noção mais americana de "celebridade".

Mas a maior razão para estar longe dos filmes comerciais surge quando se fala de "Os Esploradores", que fez aos 14 anos com River Phoenix.

"Porque é que [não faço] filmes mais fáceis? Bem, o meu primeiro parceiro de ecrã teve uma overdose em Sunset Boulevard. Era a luz mais brilhante e esta indústria mastigou-o, e isso foi uma grande lição para mim", explicou.

"Se tivesse que indicar uma única razão para nunca ter mudado para Los Angeles é que acho que é muito perigoso para um ator como eu estar nesse tipo de ambiente.", completou.