Sucedem-se as reações de choque e coração partido dos atores e colegas à morte do realizador canadiano Jean-Marc Vallée aos 58 anos.

Segundo avançaram várias fontes oficiosamente ao Deadline Hollwood, o fanático do fitness terá sido vítima de um ataque cardíaco no dia de Natal na sua cabana perto da cidade do Quebec, onde se preparava para receber convidados e foi encontrado na manhã seguinte.

“Jean-Marc representava criatividade, autenticidade e tentar coisas de forma diferente. Era um verdadeiro artista e um tipo generoso e adorável. Todos os que trabalharam com ele não podiam deixar de ver o talento e a visão que ele possuía. Ele era um amigo, parceiro criativo e um irmão mais velho para mim. O maestro fará muita falta, mas é um conforto saber que o seu belo estilo e trabalho de impacto que partilhou vai continuar a viver", destacava no comunicado oficial com a notícia Nathan Ross, parceiro de produção de muitos anos.

Bastante conhecido pelo sucesso e impacto do filme "O Clube de Dallas" (2013) e da primeira temporada da série "Big Little Lies" (2017), o realizador destacava-se pelo estilo naturalista, filmando frequentemente com luz natural e câmaras ao ombro, dando liberdade aos atores para improvisarem e se movimentaram em cena.

Uma compatriota, a realizadora Tanya Lapointe, partilhou uma homenagem do seu marido, o também cineasta do Quebec Denis Villeneuve ("Dune"):"Hei, velho. O que aconteceu para partires tão cedo? Como devo esquecer estas lágrimas solitárias nos meus olhos? Como me disseste antes: sai e brilha, diamante louco! Amo-te, meu amigo".

Reese Witherspoon, que escolheu Jean-Marc Vallée para dirigir o filme "Livre" (2014) e depois para “Big Little Lies” (2017), com a qual ganhou dois prémios Emmy, à volta dos segredos e mentiras de uma pequena comunidade, com a crónica feminina a sair reforçada num drama adulto e desconcertante, escreveu nas redes sociais que "o meu coração está partido. Meu amigo. Adoro-te".

Mais tarde, a atriz e produtora partilhou várias fotografias com o realizador e outros colegas: "Sempre me lembrarei de ti enquanto o sol se põe. Perseguindo a luz. Numa montanha no Oregon. Numa praia em Monterey. Garantindo que todos nós apanhássemos um pouco de magia nesta vida. Amo-te, Jean Marc. Até que nos voltemos a encontrar".

Cheryl Strayed, que escreveu o livro em que se basearia o filme "Livre", escreveu "Ele era um artista comovente, um cineasta extraordinário, um pai maravilhoso para os seus dois filhos maravilhosos e um amigo querido para mim e para tantos. ‘Agora temos um ao outro para sempre’, dissemos um ao outro quando chegámos ao fim do período intenso durante o qual fizemos 'Livre' e nos tornámos uma família. E era verdade. Ele estará para sempre no meu coração".

Nicole Kidman, Laura Dern, Shailene Woodley e Adam Scott foram outros atores de “Big Little Lies” que deixaram mensagens de consternação e saudade.

Também com imagens ao lado do realizador, Nicole Kidman escreveu que "é difícil imaginar alguém tão vital, enérgico e presente como o Jean-Marc a partir. Estou partida. Ele estava no centro do meu universo criativo e não posso exagerar a sua importância para mim. Jean-Marc não foi apenas responsável por algumas das experiências profissionais mais gratificantes da minha carreira, mas a sua amizade, gentileza e amor foram uma força inspiradora que levarei comigo. Sempre vou valorizar aquelas noites a filmar por cima das ondas a quebrar de Big Sur... melhor é impossível. Estarei grata para sempre pelo meu tempo partilhado com este ser humano extraordinário. Eterno Jean Marc".

"O mundo perdeu um dos seus maiores e mais puros artistas e sonhadores. E nós perdemos o nosso querido amigo. Os nossos corações estão partidos", partilhou Laura Dern.

"Em completo e absoluto choque", Shailene Woodley partilhou várias imagens do realizador de costas nas suas Instagram stories e acrescentou "Suponho que de alguma forma sei que vias transformar isso numa grande aventura... uma para os livros. Um que mal posso esperar para ler e ver quando chegar a minha hora. Não faz sentido, meu. Não faz sentido. Talvez quando acordarmos amanhã você esteja lá a rir, dizendo que foi apenas uma curta-metragem satírica que fizeste. Que não é real".

"Adorei estar e trabalhar com o Jean-Marc Vallée. Era uma pessoa tão maravilhosa — cheia de vida, vigor e paixão, que ele canalizava diretamente para o seu trabalho. Um cineasta importante e único. Uma perda profunda. Todo o meu amor para os seus filhos e família", escreveu Adam Scott.

Matthew McConaughey e Jared Leto também recordaram o realizador com quem trabalharam em "O Clube de Dallas", o filme com o qual ganharam os seus Óscares.

“Com uma mão e coração gentis, Jean-Marc foi um verdadeiro recetor - ele não romantizou a vida tanto quanto a via como romântica - da luta à dor, à piscadela e ao sussurro, histórias de amor estavam por toda parte nos seus olhos", escreveu McConaughey.

Jared Lato descreveu Vallée como “uma força cinematográfica e um verdadeiro artista que mudou a minha vida”.

Nas stories do Instagram, Jennifer Garner, secundária no filme, escreveu que era "uma perda inimaginável".

Jake Gyllenhaal, protagonista de "Demolição" (2015), escreveu que o seu amigo fará muita falta.

Também o Primeiro-Ministro do Canadá deixou a sua mensagem.

"A paixão de Jean-Marc Vallée por fazer filmes e contar histórias era incomparável - assim como o seu talento. Através do seu trabalho e com a sua arte, ele deixou sua marca no Quebec, em todo o Canadá e à volta do mundo. Os meus pensamentos estão com a sua família, amigos e fãs enquanto choram a sua morte repentina", escreveu Justin Trudeau.