«Sin City: Mulher Fatal» é uma reunião de histórias de crime e vingança na podridão de Sin City, um local que não é para amadores.

A abertura de hostilidades faz-se com Marv ou
Mickey Rourke na sua segunda pele em «Just Another Saturday Night», um ajuste de contas com uma dose de loucura; segue-se «The Long, Bad Night», o conto de um jogador que é bom demais para a sua saúde quando enfrenta na mesa de jogo o manda-chuva de Sin City, o senador Roark (Powers Boothe, perfeito na encarnação do poder viscoso e corrupto). O papel principal deste capítulo ficou a cargo de
Joseph Gordon-Levitt, um ator que sempre teve estaleca para o «noir», e para saco de pancada, basta ver as variações do género em «Brick» (2005) e «Looper» (2012).

A história central, que baptiza o filme, «A Dame To Kill For», é um romance trágico em tons de vermelho-sangue com a participação sublime de
Eva Green, um poço de sensualidade como a bela e mortífera Ava Lord, uma mulher que faz gato-sapato dos homens.

No capítulo final, «Nancy Last Dance», Nancy (
Jessica Alba), a melhor dançarina do clube Kadie (lugar destas histórias) procura vingar o suicídio de John Hartigan (
Bruce Willis), num sentimento de perda que leva a uma espiral descendente terminando obviamente com muitas balas…

Num mundo de homens, são as mulheres de Sin City que tiram os coelhos da cartola. Não são apenas ultra-sensuais: elas possuem dinâmicas dramáticas que conferem uma dimensão interior às personagens, o que é evidente nos desempenhos de Eva Green e Jessica Alba.

As restantes histórias são policiais duros e sanguinários com a sua quota de emoção, filtrados por uma estética visual que mistura o grafismo da arte original de
Frank Miller com a invenção das imagens de
Robert Rodriguez e o precioso auxílio do 3D. «Sin City: Mulher Fatal», na sua versão 3D, a preto e branco com rasgos de cor, é um filme que respira as três dimensões e é um dos melhores na utilização desta técnica: o espetador está dentro da novela gráfica.

Embora perca o efeito surpresa de
«Sin City: Cidade do Pecado» (2005), esta sequela é um feliz regresso à cidade de todos os perigos onde a ação e a violência reinventam-se como pura arte visual.

Jorge Pinto

Revista Metropolis

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