A caminho dos
Óscares 2022
À medida que o dia se aproxima, aumenta a ansiedade em Hollywood sobre se "CODA - No Ritmo do Coração", "O Poder do Cão" ou "Belfast" ganharão o Óscar de Melhor Filme este domingo e se os espectadores assistirão à cerimónia pela televisão.
O 'western' "O Poder do Cão é considerado o favorito, aproximando a Netflix do tão esperado prémio, mas a disputa pela estatueta na categoria teve algumas reviravoltas nas últimas semanas.
"CODA - No Ritmo do Coração", um drama inspirador sobre uma família surda, ganhou mais popularidade, e alguns críticos da indústria veem "Belfast", a recordação da infância a preto e branco de Kenneth Branagh como um sério concorrente.
"É uma corrida entre dois ou três cavalos", disse Clayton Davis, editor da revista Variety, enfatizando o progresso de "CODA - No Ritmo do Coração".
"Tivemos dois anos difíceis. E 'CODA - No Ritmo do Coração' é positivo. Faz uma pessoa sentir-se ben. Acho que os votantes da Academia estão nessa onda", completou.
"É uma disputa apertada", concordou o colunista da revista The Hollywood Reporter Scott Feinberg.
Embora "O Poder do Cão", de Jane Campion, seja amado por muitos, "é um pouco mais divisivo" e "nem toda a gente gosta", o que é uma desvantagem.
"CODA - No Ritmo do Coração", um drama independente, beneficia do facto de ser percebido, inicialmente, como o candidato mais fraco, embora tenha sido comprado e lançado pela gigante Apple, disse um votante da Academia.
"Alguns membros da Academia com os quais conversei ainda estão relutantes em votar numa produção da Netflix para Melhor Filme. Mas a Apple também é um serviço de streaming... um toque de ironia", acrescentou, pedindo para não ser identificado.
Apostas seguras nos atores
Num ano em que os grandes sucessos de bilheteira finalmente abriram os cinemas, e os adversários na guerra do "streaming" expandiram as suas ofertas, as categorias de representação são disputadas por alguns dos maiores nomes da indústria.
Will Smith é o grande favorito ao prémio de Melhor Ator pelo seu papel como o pai de Venus e Serena Williams em "King Richard: Para Além do Jogo".
A estrela de "CODA" Troy Kotsur, que é surdo, ganhou os prémios de Ator Secundário nesta temporada de prémios, derretendo corações como um pai que quer apoiar as aspirações musicais da sua filha, mas depende dela para comunicar com o mundo exterior.
A corrida para Melhor Atriz está muito mais apertada. Sott Feinberg considerou que "qualquer uma" das candidatas pode ganhar, mas disse que a interpretação de Jessica Chastain como uma televangelista que existiu na vida real em "Os Olhos de Tammy Faye" é a "mais provável".
Clayton Davis concordou, embora tenha dito que há "muito amor por Penélope Cruz", que pode surpreender com o drama "Mães Paralelas", de Pedro Almodóvar.
Espera-se que Ariana DeBose ganhe Melhor Atriz Secundária pela nova versão do musical "West Side Story", embora seu venerado realizador, Steven Spielberg, enfrente forte concorrência de Jane Campion para Melhor Realização.
O épico de ficção científica "Dune - Duna" provavelmente ganhará o maior número de estatuetas pelo seu domínio nas categorias técnicas.
A "geração TikTok"
A cerimónia dos Óscares está de volta ao Dolby Theatre, em Hollywood, após os protocolos da pandemia da COVID-19 terem transferido a festa para uma estação de comboios no centro de Los Angeles no ano passado.
O canal de televisão ABC espera recuperar os níveis de audiência registados nos anos anteriores à crise sanitária mundial.
A festa de gala de 2021 foi vista por pouco mais de 10 milhões de espectadores, uma queda de 56% em relação a 2020, que já fora um recorde de baixa audiência.
Esforços para reconquistar os espectadores incluem o novo prémio "Favorito dos Fãs", votado on-line pelo público. Foi incluído na disputa após "blockbusters" como "Homem-Aranha: Sem Volta a Casa" e o filme de James Bond "007: Sem Tempo para Morrer" receberem apenas algumas nomeações.
"Acho que os Óscares estão finalmente a tentar algo de novo, vendo como podem alcançar um novo público, esta nova geração do TikTok", comentou Clayton Davis.
Entre as novidades, está a polémica decisão de pré-gravar os prémios em oito categorias.
Os vencedores pré-anunciados de Som, Banda Sonora e outros Óscares menos mediáticos terão os seus discursos editados na emissão. Mas a novidade causou polémica na indústria.
"Entendo que a Academia está a trabalhar sob uma enorme pressão, mas acho que cometeram um erro", disse Denis Villeneuve, diretor de "Dune", à Franc-Presse.
O tempo ganho será destinado a apresentações musicais mais longas e a discursos ds anfitriãs Amy Schumer, Wanda Sykes e Regina Hall.
Beyoncé interpretará a sua música do filme "King Richard"; Billie Eilish a da saga 007; e o colombiano Sebastián Yatra, de "Encanto", todos nomeados.
Ainda assim, melhorar os níveis de audiência será "uma tarefa muito difícil", disse Feinberg.
"Se [...] ficarem iguais, ou caírem ainda mais, têm um problema muito grande", completou.
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