Christo Grozev, cuja investigação jornalística ajudou a expor o plano para envenenar o dissidente russo Alexei Navalny, iria estar presente na cerimónia de domingo dos prémios britânicos de cinema e televisão BAFTA, para os quais está nomeado o documentário “Navalny”.

Mas na sexta-feira, na rede social Twitter, o jornalista manifestou-se surpreendido, porque a polícia britânica disse estar preocupada com possíveis "intenções hostis de Estados estrangeiros em relação a certos jornalistas".

A razão invocada, diz o jornalista, é que ele e a família “representam um risco para a segurança pública”.

Christo Grozev, de 53 anos e que está numa lista de busca e captura pela Rússia, lamentou que, para os jornalistas, os perigos venham não só “de ditadores assassinos”, mas também do silenciamento das suas vozes “pelo mundo civilizado que tentam servir”.

Segundo a Agência France-Presse, a polícia de Londres disse que, na verdade, não pode proibir ninguém de participar nos BAFTA, porque é um evento privado, mas os organizadores da cerimónia “têm de fazer escolhas difíceis para decidir como reduzir os riscos de segurança”.

Grozev, que não partilha a sua localização por razões de segurança, fez investigações sobre os envenenamentos do político da oposição Alexey Navalny e do antigo espião russo Sergei Skripal e centrou-se mais recentemente em alegados crimes de guerra russos na Ucrânia.