Casa do Cinema Manoel de Oliveira é inaugurada em Serralves a 24 de junho, dia de São João e das festas da cidade do Porto, às 18:30, anunciou esta quinta-feira a fundação, numa carta enviada à agência Lusa.
A Fundação de Serralves anunciou em janeiro que aquele equipamento, com projeto do arquiteto Álvaro Siza Vieira, abriria portas no primeiro semestre do ano, com António Preto como diretor, e duas exposições dedicadas ao realizador português de "Aniki Bobo" e "O Gebo e a Sombra".
De acordo com a programação distribuída pela instituição, no início de 2019, uma das mostras será permanente e será completada com uma programação constante sobre a obra do cineasta.
“Será uma nova era em Serralves”, declarou Ana Pinho, a presidente do conselho de administração da Fundação, ao passo que António Preto, diretor da Casa do Cinema, indicava que a exposição permanente dedicada ao realizador português ia ser completada “com uma programação permanente da obra de Manoel de Oliveira”, com os filmes legendados em inglês para responder à necessidade de expor o trabalho do cineasta aos públicos estrangeiros que visitam Serralves.
O responsável pela Casa do Cinema acrescentou ainda que a exposição permanente “tem uma componente tecnológica muito acentuada" e reconheceu os desafios colocados pela exibição de cinema em contexto expositivo.
De acordo com António Preto, a Casa do Cinema Manoel de Oliveira vai ter uma sala de cinema, várias salas de exposição e outros espaços dedicados ao serviço educativo, para além de contar com conferências e edições próprias, como a de um catalógo ‘raisonné’ bilingue (português e inglês) - o catálogo de toda a obra do cineasta, com imagens e documentos de contextualização da sua atividade - a ser publicado em colaboração com a Cinemateca Portuguesa.
De acordo com a programação distribuída em janeiro, a Casa do Cinema abre com duas exposições dedicadas a Manoel de Oliveira.
“Na exposição permanente expõe-se um percurso abrangente através da obra do realizador”, enquanto a primeira exposição temporária “concentrar-se-á nas muitas – e muito diversas – representações do espaço da casa, no cinema de Manoel de Oliveira”.
Ainda de acordo com a programação anunciada, entre setembro e dezembro, a Casa do Cinema vai acolher a primeira exposição da carreira do realizador Eugène Green.
A mostra vai ser “acompanhada por uma seleção de filmes que foram marcantes no seu percurso como cineasta e por uma retrospetiva integral da sua obra”, bem como por trabalhos inéditos criados especificamente para Serralves.
Ainda relativamente à Casa do Cinema, António Preto realçou, em janeiro, que será dada uma “atenção particular ao cinema de animação”, estando por isso já agendadas exibições de filmes de Regina Pessoa – incluindo a estreia absoluta do seu mais recente trabalho – e da húngara Reka Bucsi.
“Vai ser toda uma infraestrutura dedicada ao cinema, será uma nova era, por isso, em Serralves”, declarou Ana Pinho.
Em maio de 2016, o Ministério do Planeamento e Infraestruturas anunciou a aprovação da candidatura a fundos comunitários da Fundação de Serralves para o projeto, que representava, então, um investimento de 3,7 milhões de euros.
Em abril de 2015, aquando da morte do cineasta, o então presidente da Fundação de Serralves, Luís Braga da Cruz, garantiu que a instalação da Casa do Cinema Manoel de Oliveira no parque dependia apenas de fundos comunitários e da abertura das candidaturas ao programa operacional regional Norte 2020.
Em novembro de 2013, a Fundação de Serralves, a então secretaria de Estado da Cultura e o realizador Manoel de Oliveira assinaram um protocolo para a construção da Casa do Cinema Manoel de Oliveira.
O realizador português Manoel de Oliveira morreu a 2 de abril de 2015 aos 106 anos.
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