Brooke Shields e Christopher Atkins recordaram a época da rodagem "A Lagoa Azul" (1980) e têm a mesma opinião: nunca mais um filme será feito daquela forma porque não seria permitido.

Agora respetivamente com 57 e 61 anos, o filme realizado por Randal Kleiser tornou-os estrelas de cinema "teen" a nível planetário e no reencontro para o podcast da atriz "Now What?, ambos mostraram-se gratos pelo seu impacto, reconhecendo que continua a ser o trabalho mais recordado das suas carreiras.

Adaptação de um romance de 1903 de Henry DeVere Stacpoole, a história era sobre dois primos ainda adolescentes que sobrevivam a um naufrágio e encontravam segurança numa idílica ilha tropical do Pacífico Sul (um cozinheiro do navio também sobrevivia, mas morria pouco depois). Os dois jovens fiaram entregues a si próprios, rodeados apenas de criaturas exóticas da beleza natural, aprendendo a lidar com as mudanças físicas e a afeição de crianças a transformar-se em amor.

No 'podcast', Christopher Atkins recordou o que lhe disse uma vez Peter Bogart, o primeiro assistente de realização: "Nunca houve um filme feito assim antes e nunca um filme voltará a ser feito assim outra vez em Hollywood".

Rodagem de "A Lagoa Azul"

Os atores recordaram as experiências de quando ela tinha apenas 14 anos e ele 18: animais maltratados, crianças a correr nuas pela praia, um bebé a ser submergido debaixo de água e as cenas dele a deslizar praticamente nu, além de longas horas de trabalho em condições difíceis e até um médico 'pedrado' no 'set'.

"Era o Oeste Selvagem", resumiu Shields, que apesar de ter usado uma dupla nas cenas mais explícitas, também lembrou as "pequenas tiras de roupa" e como o seu cabelo era usado preso ao corpo para "cobrir os seios".

"Não sei o que estavam a tentar cobrir. Lembraste das almofadas? Eles colocavam aquelas coisinhas cor de carne no meu mamilo, porque o mamilo evidentemente era onde eles colocavam um limite neste filme", contou.

Além das muitas cenas de nudez, a atriz observou que nunca tinha ainda beijado ninguém a sério naquela idade e como a equipa "desesperadamente" queria que os dois se apaixonassem a sério para tornar as cenas românticas mais convincentes.

Apesar do caso não ter passado para a vida real, Atkins, reiterando que tinha 18 e ela apenas 14, pensa que "isso provavelmente foi ótimo para o filme, porque é disso que se trata".

"Tens de reconhecer que a química entre nós foi simplesmente incrível. Houve muitos grandes momentos que aconteceram lá. Acho que foi muita dessa inocência que apareceu no filme o que o fez funcionar ainda mais", defendeu.