"Barbie" irá invadir os cinemas mundiais na quinta-feira com todos os seus tons de rosa, uma intensa campanha de marketing e a promessa de uma releitura pop sobre a história da boneca mais famosa do mundo.
O trailer da aventura de Barbie e Ken, protagonizados por Margot Robbie e Ryan Gosling, mantém o suspense sobre esta adaptação da icónica boneca: será uma alegoria feminista ou uma simples comédia?
A obra "é realmente divertida e hilariante", garantiu Robbie em entrevista à AFP, durante a divulgação europeia do filme, em Londres. Ao mesmo tempo "é muito inteligente, diz muitas coisas", explicou.
"Não existe nenhum outro filme que seja parecido", defendeu a atriz, que também é coprodutora da longa-metragem.
Até agora, todas as informações conhecidas de "Barbie" andam à volta de que conta a história da saída da boneca loira da Barbieland rumo ao mundo real, acompanhada por Ken, o seu eterno namorado.
"Barbie" divide os cinemas nesta semana com outra estreia, definitivamente diferente: "Oppenheimer", de Christopher Nolan, que conta a história do cientista que desenvolveu a primeira bomba atómica.
Uma geração de crianças
Criada em 1959, a boneca Barbie acompanha gerações de crianças à volta do mundo, muito graças à campanha de diversificação competente feita pela fabricante Mattel.
A fabricante de jogos começou no final dos anos 1960 a vender bonecas de diferentes etnias e com deficiências físicas e, hoje, afirma ter mais de 175 modelos diferentes.
Após muitos projetos adiados, a boneca ganhou finalmente vida pelas mãos da realizadora Greta Gerwig, que vem do cinema independente e produz filmes de facetas feministas, como "Frances Ha" (2012) ou a história da jovem rebelde "Lady Bird" (2017).
Gerwig adaptou outro clássico em 2019: "Mulherzinhas", de Louisa May Alcott.
Mas em "Barbie" ela optou por cenários espetacularmente 'kitsch', com todos os possíveis clichés associados a Barbieland: uma casa rosa brilhante, a praia californiana, os carros convertíveis...
No elenco, o filme conta com Helen Mirren, Emma Mackey - que interpreta a Barbie Prémio Nobel de Física - e Dua Lipa - a Barbie Sereia, que também produziu a canção "Dance The Night" para a banda sonora.
Barbie "está culturalmente adiantada em certas coisas e atrasada noutras", explicou Greta Gerwig na estreia, onde acrescentou que "há 64 anos [que a boneca] alimenta todos os debates".
O filme é uma demonstração da capacidade inesgotável de Hollywood em procurar fontes de inspiração ou lucro - neste caso de uma marca comercial. Em abril, "Air" contou a história sobre os míticos sapatos da marca Nike.
Há alguns anos, Ridley Scott dirigiu "Casa Gucci", com vários modelos e objetos da marca de luxo italiana nos cinemas. Já a história da "Ferrari", dirigida por Michael Mann, chegará em breve ao grande ecrã.
Segundo os críticos, Hollywood é adepta da venda de mensagens progressistas sob um disfarce banal, ou vice-versa.
Barbie é um símbolo "ambivalente. Simboliza tanto a beleza das mulheres, a sua independência, quanto a alienação por causa do seu corpo", explica a socióloga francesa Christine Castelain Meunier.
O filme estreia durante a greve de atores em Hollywood, o que está a provocar a suspensão de rodagens e campanhas de divulgação.
TRAILER.
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