Durante três dias, pelo Parque da Cidade do Porto passaram mais de 80 mil pessoas, batendo recordes de audiência, e artistas como Sigur Rós, Brian Wilson, PJ Harvey e Air. O festival não é apenas feito de música, contudo; existem vários outros momentos que merecem uma referência.
Uma das principais novidades desta edição – que se irá repetir noutros festivais, como o Super Bock Super Rock – foram os copos reutilizáveis. Isto é, para além do valor da bebida, o copo teria um custo acrescentado que seria posteriormente devolvido a todos os que o entregassem nos locais de venda. Se, por um lado, no final da noite era perceptível a limpeza e a boa manutenção do espaço, que não foi preenchido por plástico como em edições anteriores, por outro nasceu no NOS Primavera Sound todo um negócio de “caça ao copo”, com muitos a procurar pelo chão e pelos caixotes do lixo dinheiro suficiente que lhes pagasse um táxi.
Parece que este ano toda a gente resolveu colocar a conversa em dia. Isso é bom (os festivais também são um ponto de encontro entre amigos), mas não havia necessidade de que o fizessem durante os concertos. Foram muitos os espetáculos que ficaram marcados pela negativa, tanto era o burburinho que se ouvia por cima, ou para além, da música, estragando dessa forma a experiência sonora. Que esta não seja uma tendência nos festivais de verão deste ano.
O burburinho escutava-se, também, porque o som não foi o melhor. Exceção feita ao concerto de Moderat, o que se passou? Ou estamos a começar a ficar afetados pelo facto de assistirmos a inúmeros concertos por ano, ou o problema foi mesmo dos técnicos ali presentes. Muitas foram as vezes em que a vontade era a de chegar perto da régie e pedir para que se aumentasse o volume. No antigo palco ATP, hoje Palco., a qualidade de som nunca foi a melhor, visto que ali sai sempre prejudicado por aquilo que se ouve dos outros palcos; mas, este ano, o que já era mau ficou ainda pior.
Um erro: o número de brindes oferecidos ao público, e consequentemente as filas que proporcionavam. Tal como o Vodafone Paredes de Coura, este festival primava por não ser “o festival dos brindes”, mas essa honra infelizmente esfumou-se. O conselho que deixamos é que mantenham apenas as coroas de flores e as tote bags. De outra forma torna-se demais.
De positivo destaca-se o facto deste ser um festival também para crianças. Imagem disso são as muitas famílias que se veem pelo recinto desde o início da tarde, garantindo assim que a próxima geração de festivaleiros terá uma salutar educação melómana.
Se há festival do qual existem queixas no que toca ao seu cartaz é o NOS Primavera Sound, que se mostra apelativo a todos os gostos de ano para ano, sendo que o difícil é mesmo escolher entre sobreposições. A edição deste ano, particularmente, parece não ter reunido consenso no que toca ao melhor concerto do festival. E ainda bem. É sinal de que todos dali saíram satisfeitos.
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