O último dia do Famous Humor Fest na LX Factory, neste sábado,  contou com o espetáculo "The Best of Fest", apresentado por Rui Unas, que incluiu atuações de Salvador Martinha, António Raminhos, Luís Franco-Bastos, Eduardo Madeira e ainda os Commedia a la carte com Nuno Markl.

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Numa atuação que era suposto durar duas horas, foi natural que todas as participações tenham sido rápidas - e que algumas delas tenham sabido a pouco. O que aconteceu logo com Salvador Martinha, que em 15 minutos sumarizou "Toda a verdade sobre o Instagram", algo que tinha apresentado no dia anterior em hora e meia. É natural que algumas piadas se tenham perdido e notou-se que o factor tempo estragou a sua performance. Mas vale a pena destacar o instagram do ministro Costinha, que tem sempre piada.

Perante um auditório cheio, ao ponto de haver mais lugares só para este espetáculo, António Raminhos apresentou-se no seu registo habitual de stand-up. Com temas relacionados com a profissão ingrata do dentista, ou os dilemas dos ateus e a religião em geral ou o simples facto de a irmã trabalhar numa casa de alterne (isto é uma piada), foi uma atuação que serviu para aquecer o público e de o preparar o que vinha a seguir.

Luís Franco-Bastos, senhor de 1000 vozes ou, como Unas apresentou, "Francisco Pereira em versão menos", teve aquela que foi uma das melhores performances da noite. Desde pesadelos relacionados com a dicção de Francisco Louçã à análise ao presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, nada passou em branco. Mas o destaque da sua atuação foi para o amigo que já tinha estado antes em palco, o "homem que tem sempre piada", Salvador Martinha. A história de um episódio que aconteceu em Guimarães que começou num tasco e acabou num carro da polícia foi um dos pontos altos da noite.

Com uma atuação já algo repetida e gasta, apareceu Eduardo Madeira. As mesmas piadas sobre Jorge Jesus ou José Sócrates só foram salvas pela interação com o público, com as músicas dedicadas a Camané ou às suas origens africanas. O poder que uma guitarra tem... Ainda assim, conseguiu ter uma ovação do público que ali se tinha deslocado.

Para o final, estava guardado o prato principal. "César Mourão e os outros dois que ninguém conhece", como apelidou Rui Unas, ou seja, os Commedia a la Carte, apresentaram o seu espetáculo de improviso, acompanhados na reta final por Nuno Markl, que nem é daquelas andanças, mas que se desenrascou perfeitamente. Desde a atuação com base em mudanças repentinas de profissão, com a ajuda de uma espectadora (a combinação cangalheiro, coveiro, alfaiate e ginecologista é brilhantemente conseguida pelo César) à representação numa padaria em que o diálogo deriva das letras atribuídas aleatoriamente por outra pessoa do público, a performance foi q ue mais fez valer a pena estar presente no encerramento desta terceira edição do Famous Humor Fest.