Pode-se justificar com o pouco conhecimento sobre a banda ou pelo facto de ser um concerto a uma quarta-feira, mas foram poucos mas bons aqueles que assistiram à presença dos Eggbox no Musicbox Lisboa, concerto que integra a digressão Laleia. Muito personalizado, mais uma vez se provou que há muito talento no norte de Portugal.
Há que fazer uma nota de rodapé para a primeira parte dos Layover. Visivelmente a dar os primeiros passos, são ainda um peixe pequeno para um aquário muito grande. Tiveram uns momentos interessantes, com uns instrumentais bem feitos, mas foi notório que se dava mais destaque à bateria do que a tudo o resto.
Terminado este momento, há que falar do concerto dos Eggbox. Laleia é o primeiro álbum do grupo bracarense liderado por Artur Luso, vocalista e acompanhado por Pedro Fernandes na guitarra, Vítor Esteves igualmente guitarra e samples, Alberto Lima no baixo e André Oliveira na bateria. Numa breve explicação, este nome (e também este álbum) têm origem numa viagem feita por Timor. Laleia é uma pequena província local.
Esta viagem, que durou cerca de uma hora, senão menos, explorou sons mais rock, mais punk. Num registo em que a voz ficou a pecar pela acústica e, por consequência, as letras foram pouco perceptíveis, há que destacar a dedicação e compromisso da banda.
Com um início tímido, mas paradoxalmente a todo o gás, não apresentaram uma invenção da roda, quanto muito uma nova jante. Nesta nova roupagem que deram, Laleia ou Give Up apresentam-se com um dinamismo crescente, que procura cativar quem os ouve e com as guitarradas a resultarem muito bem.
Com particular ênfase em Clock e Sharp (que é o single da banda), não se pode apontar falhas ao conjunto, contudo foi relativamente notória alguma falta de empatia para com o público.
Há concertos e concertos, e este é daqueles que não deslumbrou, mas também não desiludiu. É daquelas bandas a que há que dar tempo, visibilidade e trabalho. Havemos de nos encontrar no futuro.
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