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Para lá de "La La Land": As grandes surpresas e choques dos Óscares

L.S.
25 jan 2017 15:04
Atualidade
  • Óscares 2017
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    Ryan Gosling gostava de refazer cena de dança em "La La Land" por causa de uma mão

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Óscares 2017
Os Óscares ainda não são uma ciência: as nomeações confirmaram muitos prognósticos, como o domínio arrasador de "La La Land: Melodia de Amor", mas ainda reservaram algumas surpresas.
  • Os Óscares ainda não são uma ciência: as nomeações confirmaram muitos prognósticos, como o domínio arrasador de "La La Land: Melodia de Amor", mas ainda reservaram algumas surpresas.
  • Era vista como uma das grandes favoritas ao Óscar de Melhor Atriz, aquela que se podia meter na disputa entre Emma Stone por "La La Land" e Natalie Portman por "Jackie". A sua ausência das nomeações, principalmente quando "O Primeiro Encontro" tem oito, foi a surpresa chocante das nomeações. Talvez a Academia a tenha querido poupar ao recorde de chegar ás seis nomeações sem nunca ganhar.
  • A sua possível nomeação por "Loving", sempre foi vista como uma hipótese remota, algo mais no género "o que gostaríamos de ver acontecer". Afinal, tornou-se a única de um filme muito admirado pelos críticos.
  • Uma vez que "Ela" esteve para ser um filme americano, como é possível premiar uma atriz, um realizador (Paul Verhoeven) e um filme que mostram o que ninguém em Hollywood teve coragem de fazer? E eliminado dos finalistas para Melhor Filme Estrangeiro, a nomeação de Isabelle Huppert para o Óscar de Melhor Atriz estava longe de ser certa. É a coroa de glória para alguém que já é uma lenda do cinema.
  • Além de Amy Adams, foi quem ficou mais a perder com a entrada de Ruth Negga e Isabelle Huppert (sito assumindo que Meryl Streep é sempre nomeada pelo que quer que seja). A certa altura, "Mulheres do Século XX" pareceu a sua grande hipótese de ganhar um prémio que já lhe fugiu por quatro vezes (duas delas para Hilary Swank), mas o filme nunca teve impacto comercial ou junto dos críticos.
  • As previsões colocavam-no com um pé dentro e outro fora nos Óscares: "Capitão Fantástico" não foi um grande sucesso comercial, já estreou há vários meses e Mortensen não faz campanha. A verdade é que conseguiu e é a segunda na sua carreira após "Promessas Perigosas" (2007), outro filme improvável.
  • Está a tornar-se um embaraço: já tem dois Óscares, mas não é nomeado desde "O Náufrago" em 2000. Talvez a Academia o esteja a tomar por garantido para o ignorar por "Capitão Phillips", "Ao Encontro de Mr. Banks", "A Ponte dos Espiões" e agora "Milagre no Rio Hudson". Nem ter sido um grande sucesso de bilheteira ajudou: só tem uma nomeação técnica, portanto o desprezo alarga-se ao venerável Clint Eastwood.
  • Outra impressionante transformação física da estrela para "Ouro", mas o filme foi completamente esquecido na temporada. Os Óscares eram apenas uma remota esperança.
  • "O Herói de Hacksaw Ridge" concorreu a vários prémios, mas Mel Gibson falhou a nomeação do sindicato dos realizadores, levantando dúvidas sobre as suas hipóteses e as do filme. Afinal, conseguiu seis categorias, incluindo realização, colocando Gibson pelo menos no "purgatório" de Hollywood depois de muitas polémicas pessoais. No entanto, já se levantam vozes contra a sua presença entre os nomeados.
  • "Silêncio" teve boas críticas, mas não se esperava que chegasse longe nos Óscares pois esteve ausente das nomeações para outros prémios. Ainda assim, Scorsese na realização podia ser uma consolação. Afinal, só está para Melhor Fotografia.
  • A sensação que fica é que podia ter conseguido mais do que quatro (importantes) nomeações se tivesse estreado mais cedo. O filme sobre as três mulheres negras que tiveram um grande papel nas missões da NASA é um sucesso comercial e está na corrida a Melhor Filme, mas ficou de fora na corrida a Melhor Atriz (Taraji P. Henson), Ator Secundário (Kevin Costner) e Canção (Pharrell Williams).
  • Era difícil entrar na corrida a melhor realizador, mas esperava-se que Tom Ford fosse nomeado pelo menos entre os argumentos adaptados. Com exceção de Michael Shannon nos atores secundários, ultrapassando o colega Aaron Taylor-Johnson, o filme passou ao lado dos gostos dos votantes da Academia.
  • Quando estreou há um ano no Festival de Sundance, parecia a resposta perfeita à polémica dos #OscarsSoWhite. Ia ganhar muitos Óscares, mas algumas polémicas de distorção da história e principalmente a má publicidade das acusações de violação de um caso de 1999 em redor do seu realizador e protagonista Nate Parker enterraram o filme nas bilheteiras e depois em quase todos os prémios.
  • A Paramount tem "O Primeiro Encontro" e "Vedações" nomeados ao Óscar de Melhor Filme, e a 20th Century Fox conta com "Elementos Secretos". São os únicos grandes estúdios na corrida, o que diz muito sobre o estado atual de Hollywood: seis dos nove filmes nomeados pertencem a divisões muito mais pequenas.
  • "Manchester by the Sea" foi financiado pela Amazon Studios após a recusa de Hollywood. Embora tenha sido lançado normalmente em salas de cinema e não esteja disponível na Amazon, é um tabu que se quebra em relação a produções fora do sistema... que é cada vez mais o novo sistema.
  • "Passageiros" conseguiu duas nomeações e até se lembraram de "Esquadrão Suicida", mas apesar das apostas, não houve nada para um dos maiores e mais surpreendentes filmes do ano. Ainda não é desta que um filme de super-heróis tem direito a concorrer aos Óscares nas principais categorias.
  • Com oito prémios e dez nomeações, a Pixar, agora dentro da Disney, dominou os Óscares na categoria de animação durante muitos anos, mas o aclamado "À Procura de Dory" foi esquecido em favor de outras produções com menos visibilidade,
  • Tornou-se o mais jovem dos 20 atores nomeados este ano (tem 20 anos), mas a categoria de Ator Secundário era muito competitiva e ele era visto como o elemento mais fraco de "Manchester by the Sea" após falhar nomeações para outros prémios.
  • Um caso raro: graças a "Florence, Uma Diva Fora de Tom" foi nomeado para os Globos de Ouro, os SAG (sindicato dos atores) e BAFTA (os Óscares britânicos). Faltava o Óscar, no que seria uma estreia na carreira, mas afinal tornou-se um dos raros atores a fazer o pleno dos outros prémios para "morrer" antes de chegar ao mais importante.
  • Será que queria fugir à polémica, caso as nomeações reativassem outra vez o #OscarsSoWhite? A Academia optou por não fazer o anúncio ao vivo e a solução foi uma montagem que intercalava as nomeações com declarações de 11 antigos premiados ou nomeados. Destituído de qualquer emoção, as reações ao novo modelo estão a ser bastante negativas.
  • Quem? Sempre que este compositor escreve uma canção para um documentário é nomeado.“The Empty Chair” para "Jim: The James Foley Story" é já a terceira em cinco anos.
  • Conhecida por "Selma", agora é o rosto principal de uma categoria, a do documentário, em que quatro dos cinco nomeados são negros. Com "13th" tornou-se a primeira realizadora negra a ser nomeada em qualquer categoria dos Óscares.
  • Com sete horas e 45 minutos, tornou-se o título mais longo nomeado de sempre em qualquer categoria dos Óscares. É provável que seja a última vez: trata-se de um documentário em cinco partes da ESPN Films que pode muito bem vir também a ser candidato aos Emmys, os Óscares da TV, como minissérie. A sua nomeação é controversa e deve levar a alterações nas regras de qualificação.
 
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