Will Smith ganhou o prémio de Melhor Ator pelo filme "Emancipação" no sábado à noite, o primeiro desde que deu a famosa bofetada a Chris Rock na cerimónia dos Óscares.

O prémio foi o da Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor (NAACP) para cinema, televisão, teatro, música e literatura, e o ator não esteve presente na cerimónia.

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Estavam nomeados na sua categoria Daniel Kaluuya (“Nope”), Jonathan Majors (“Devotion - Uma História de Heróis”), Joshua Boone (“A Jazzman’s Blues”) e Sterling K. Brown (“Honk for Jesus. Save Your Soul”).

Foi o único prémio em cinco nomeações, perdendo Melhor Filme, Realização, Elenco e Guarda-Roupa. Os principais prémios na área de cinema foram para "Black Panther: Wakanda Para Sempre".

Embora não sejam só de cinema e muito menos entre os mais importante da temporada, o NAAACP é o maior prémio que "Emancipação" terá esta temporada depois de ficar de fora da corrida aos Óscares e depois de ser ignorado nas listas de melhores de 2022 e nas nomeações para prémios das associações de críticos e dos sindicatos de Hollywood, além dos Globos de Ouro.

A super produção de 120 milhões de dólares da Apple TV+ realizada por Antoine Fuqua inspira-se na história verídica de Peter, um homem negro que enfrentou enormes obstáculos durante a Guerra Civil Americana (1861-65) para escapar da escravatura e se tornou um símbolo dos seus horrores após uma fotografia das suas costas nuas, com cicatrizes atrozes das chicotadas em plantações de algodão, ter chegado a todo o mundo.

Desde os primeiros visionamentos privados em dezembro de 2021 que se falava que seria um forte candidato aos Óscares de 2023, um ano após a Apple TV+ ter obtido uma vitória histórica com "CODA"; houve mesmo quem apostasse que Will Smith seria o primeiro a ganhar dois Óscares de Melhor Ator consecutivos desde Tom Hanks em 1995.

A campanha caiu quando o ator subiu ao palco na cerimónia de 27 de março de 2022 e deu uma bofetada ao apresentador e comediante Chris Rock após este ter feito uma piada sobre o cabelo rapado da sua esposa, sem saber que ela sofria de alopecia.

Apesar de ter voltado a subir ao palco 40 minutos depois para receber a estatueta pelo filme "King Richard", as repercussões nos dias seguintes levaram-no a renunciar à Academia, que também o baniu de comparecer a todos os seus eventos durante dez anos.

Will Smith resguardou-se dos olhares do público, com exceção dos pedidos de desculpa em dois comunicados escritos e num vídeo de quase seis minutos nas suas redes sociais no final de julho.

Quando a Apple TV+ decidiu lançar "Emancipação" ainda em 2022 e não no ano a seguir, como chegou a ser noticiado para se afastar mais do escândalo, uma nova campanha foi montada, com Will Smith a comparecer em visionamentos de acesso reservado organizados com organizações cívicas, incluindo a NAACP, de onde saíram muitos elogios à produção e à sua interpretação de Peter, e a dar entrevistas onde voltou a pedir desculpas pelo seu comportamento.

Mas os consensos que saíram dos visionamentos privados contrastaram com as opiniões mais polarizadas dos críticos de cinema, que colocaram em causa o argumento e a forma como abordava os acontecimentos históricos.

Após um dos produtores ter sido obrigado a pedir desculpas por ter levado e exibido a fotografia do escravo com as cicatrizes nas costas na passadeira vermelha da antestreia a 30 de novembro, que gerou acusações generalizadas de mau gosto, e a ausência nas listas dos melhores do ano que começaram a sair pela mesma altura, "Emancipação", apesar das audiências promovidas pela Apple TV+, acabou por cair no esquecimento.

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