Num mercado onde as sequelas dos filmes de super-heróis costumam ultrapassar as receitas de estreia dos filmes originais, "Shazam! Fúria dos Deuses" destaca-se como a exceção à regra.

Não houve magia para o novo filme nas bilheteiras para o novo filme dos super-heróis da DC Comics, que desiludiu com apenas uma estreia de 30,5 milhões de dólares nos EUA e Canadá, abaixo dos 35 a 40 milhões das previsões, que já tinham sido revistas em baixa.

A nível doméstico, foi uma descida de 43% em relação ao primeiro "Shazam!", que arrancou com 53,5 milhões em 2019.

Por comparação, "O Esquadrão Suicida", lançado nos cinemas no verão de 2021, num mercado ainda muito afetado pela pandemia, teve uma estreia de 26 milhões no mercado americano, apesar de ter ficado disponível ao mesmo tempo na HBO Max.

No resto do mundo, o rasto também é de desilusão, com 35,5 milhões de receitas, incluindo as do importante mercado da China, onde caiu 86% em relação ao primeiro filme.

Estes valores são uma estreia sombria para uma produção que teve um orçamento acima dos 110 milhões e outros 100 gastos em promoção.

Com os inquéritos às audiências à saída dos cinemas (conhecidos por CinemaScore) a revelarem que "Shazam! Fúria dos Deuses" recebeu uma classificação "B+", muito abaixo do positivo "A" do primeiro filme, os analistas preveem que será um grande fracasso para os estúdios Warner Bros., DC Studios e New Line Cinema.

O Deadline avança com três razões para o 'flop', sendo a principal que não existiu uma grande vontade dos fãs em ir ver um filme com super-heróis que não fazem parte do grupo mais importante do Universo Cinematográfico da DC: "Shazam!" sempre foi uma comédia longe das histórias mais sombrias à volta do Super-Homem, Batman, Mulher-Maravilha ou Aquaman.

Além disso, uma parte dos fãs terá perdido a motivação: nunca foi claro que "Shazam!" fará parte dos planos de relançamento do Universo anunciados pelos novos líderes da DC Studios, James Gunn e Peter Safran.

Outro elemento que não terá funcionado é a transição da personagem Billy Batson dos 12 anos para a adolescência: parte do encanto do filme original vinha da ideia de ser uma versão do clássico "Big", com Tom Hanks, no mundo de super-heróis, uma ilusão difícil de passar quando o ator Asher Angel tinha 19 anos durante a rodagem.

A terceira razão tem a ver com a recuperação dos cinemas depois da COVID-19: muitos espectadores regressaram, mas não com a mesma frequência. E para os que estão mais disponíveis, "Shazam! Fúria dos Deuses" nunca se tornou um filme "essencial" para ver no grande ecrã.