A realizadora Patty Jenkins desmentiu os rumores que circulam de que o seu filme "Mulher-Maravilha 1984" não vai estrear nos cinemas e irá diretamente para streaming por causa da pandemia.

O que não significa que o estúdio Warner Bros. não esteja a ponderar um lançamento simultâneo, como se depreende da resposta a um fã que dizia que a sequela de "Mulher-Maravilha" seria lançada tanto nos cinemas como nas plataformas de streaming no dia de natal.

"Correto. Diretamente para streaming nem sequer está a ser discutido. Ainda estamos 100% a apoiar o lançamento em cinema para 'Mulher-Maravilha 1984' e apoiar o nosso amado negócio das salas", escreveu a realizadora.

Patty Jenkins está entre as dezenas de cineastas que apelaram ao governo norte-americano para incluir os cinemas nos planos de assistência financeira para a pandemia.

"Se fechamos isto não será um processo reversível. Podemos perder a tradição de ir às salas de cinema para sempre", explicou numa entrevista à agência Reuters.

Apesar dos cinemas terem recuperado em alguns países desde o encerramento forçado em março, o mercado norte-americano enfrenta uma grande crise: não reabriram os cinemas de Los Angeles, Nova Iorque e São Francisco, que constituem 25% das bilheteiras, e os estúdios estão a voltar a adiar as estreias dos seus grandes filmes.

Após a notícia de que "007: Sem Tempo Para Morrer" já não ia estrear em novembro, passando para abril de 2021, a Regal Theaters, a segunda maior exibidora de cinema nos EUA, avançou com o fecho de todas as suas salas naquele país e também na Grã-Bretanha a partir desta quinta-feira (8).

A AMC, a maior exibidora nos EUA e a enfrentar uma crise financeira que antecede o início da pandemia, também anunciou que fechará permanentemente dentro de seis meses se a situação não se alterar.

A Associação Nacional dos proprietários de cinemas nos EUA estima que 69% das pequenas e médias empresas no setor podem ver-se forçadas a abrir falência ou fechar definitivamente as portas.

Patty Jenkins acredita isto pode levar os estúdios de Hollywood a deixar de investir em filmes para os cinemas e virarem-se definitivamente para o streaming.

"Pode ser o tipo de coisa que aconteceu com a indústria da música, onde se pode desmoronar uma indústria inteira tornando-a em algo que não pode ser lucrativo", defende.

Nesse contexto, defende a realizadora, seriam lançados em streaming muito menos filmes de ação caros como "Mulher-Maravilha 1984" e os espectadores sentiriam a falta de ver um filme com um grande grupo de pessoas no grande ecrã.

"Não creio que nenhum de nós queira viver num mundo onde a única opção é levar os nossos filhos a ver um filme num sábado à tarde na sua sala de estar e não ter um lugar para ir num encontro", concluiu.