O novo serviço de streaming que a Disney vai lançar a 12 de novembro nos EUA vai cortar pela raiz as controvérsias racistas em dois dos filmes que pertencem à história do estúdio.

Segundo fonte do Boardwalk Times, antes de chegar ao Disney+, a animação "Dumbo", de 1941, vai perder uma cena em que o elefantinho encontra um grupo de corvos que se recusam a gozar com ele pelas suas enormes orelhas e o ensinam a usá-las para voar.

A razão é que o seu líder se chama Jim Crow, nome associado às leis estaduais e locais que permitiram a segregação racial nos EUA até 1965.

Já o filme "Song of the South" (1946), que se chama "A Canção do Sul" em Portugal, não vai mesmo estar entre os 500 filmes disponíveis no início do serviço.

A decisão não é surpreendente: está fora de circulação há bastante tempo e Bob Iger, CEO da Disney, definiu-o em 2010 como "antiquado" e "bastante ofensivo".

Apesar de ser uma das primeiras longas-metragens da Disney a utilizar atores reais a interagir com animações e ter ganho o Óscar de Melhor Canção, o que está em causa é a representação do sistema de plantação nos EUA, que mostrava pessoas negras felizes a trabalhar para os patrões brancos logo após a Guerra Civil Americana (1861-1865).

Por causa deste retrato considerado racista, o filme nunca foi lançado em vídeo nos EUA, mas chegou a estar disponível em VHS e LaserDisc em países europeus e asiáticos.

A expansão do Disney+ para outros mercados está prevista para 2020, a começar progressivamente pela Europa, e 2021. Já é possível registar para receber novidades no endereço preview.disneyplus.com.