Segundo uma nota do gabinete da ministra da Cultura, será da parte da tarde que vai ser conhecido o vencedor do prémio que anualmente homenageia a literatura em português, distinguindo um escritor cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento da língua portuguesa.

O vencedor do Prémio Camões em 2019 foi o músico e escritor Chico Buarque, já anteriormente distinguido duas vezes com o prémio Jabuti, o mais importante prémio literário no Brasil, pelo romance "Leite Derramado", em 2010, obra com que também venceu o antigo Prémio Portugal Telecom de Literatura, e por "Budapeste", em 2006.

Na altura do anúncio do Prémio Camões 2019, em maio, Chico Buarque mostrou-se "muito feliz e honrado de seguir os passos de Raduan Nassar", o seu compatriota distinguido com o prémio em 2016, mas esta escolha não viria a ser pacífica, tendo suscitado polémica, quando o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, deu a entender que não assinaria o diploma do prémio.

Bolsonaro atirou essa possibilidade para o termo de um eventual segundo mandato: “Até 31 de dezembro de 2026, eu assino”.

Para Chico Buarque, esta ameaça foi para Chico Buarque uma dupla distinção, uma vez que o músico e escritor, apoiante do Partido dos Trabalhadores, defensor do ex-Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e crítico do governo de Jair Bolsonaro, afirmou que a não assinatura de era “um segundo Prémio Camões”.

Não obstante, em dezembro foi marcada a entrega do prémio em Lisboa, no dia 25 de Abril de 2020, data em que se assinala a Revolução dos Cravos, confirmou na altura à Lusa o Ministério da Cultura.

Entretanto, com o aparecimento da pandemia de covid-19, a cerimónia foi suspensa e adiada, sem nova data e sem mais quaisquer informações sobre o assunto.

O Prémio Camões, instituído por Portugal e pelo Brasil em 1989, é considerado o prémio de maior prestígio da língua portuguesa.