
Morreu António Mega Ferreira, antigo responsável pela Expo98 e pelo CCB. A notícia foi confirmada na página da Presidência da República.
Na nota publicada, Marcelo Rebelo de Sousa recorda"o jornalista da imprensa e da televisão, editor, ficcionista, ensaísta, cronista, poeta, tradutor e gestor cultural".
"Foi uma das figuras mais dinâmicas da cultura portuguesa do último meio século", sublinha o Presidente da República.
"Todos conhecem o seu papel na Expo 98, que não foi só um evento temporalmente situado, mas um momento transformador de Lisboa, a cidade sobre a qual Mega Ferreira apaixonadamente escreveu. O trabalho de António Mega Ferreira enquanto gestor (na Expo, depois no CCB, mais tarde na Metropolitana) deixaram um pouco na sombra o escritor, ainda que, nas últimas duas décadas, se notasse um renovado empenho nas obras de criação, fossem poemas, romances biográficos, livros de crónicas ou de viagens, monografias, ensaios cultos, até ao seu último livro, um dicionário de palavras que deixámos de usar, mas que mantêm o travo da história vivida e da História coletiva", acrescenta.
"Esteta, entusiasta, erudito, conviviam na personalidade de Mega Ferreira o comprometimento cívico e a distância irónica. Foi um dos melhores da sua e minha geração no campo da cultura. Presto-lhe a minha homenagem sentida", remata Marcelo Rebelo de Sousa na nota publicada na página da Presidência da República.
António Mega Ferreira, escritor, gestor e jornalista, nasceu em Lisboa em 1949, estudou Direito e Comunicação Social, foi jornalista no Jornal Novo, no Expresso, em O Jornal e na RTP, onde chefiou a redação da Informação do segundo canal, foi chefe de redação do JL — Jornal de Letras, Artes e Ideias, e fundou as revistas Ler e Oceanos.
Chefiou a candidatura de Lisboa à Expo’98, de que foi comissário executivo. Foi presidente da Parque Expo, do Oceanário de Lisboa e da Atlântico, Pavilhão Multiusos de Lisboa.
Entre 2006 e 2012, presidiu à Fundação Centro Cultural de Belém e, de 2013 a 2019, desempenhou as funções de diretor executivo da AMEC/Metropolitana.
Tem cerca de 40 obras publicadas, entre ficção, ensaio, poesia e crónicas.
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