O escritor nigeriano Wole Soyinka considerou hoje que a atribuição do Nobel da Literatura ao tanzaniano Abdulrazak Gurnah é a prova de que a literatura está de boa saúde e prospera.

Numa reação ao anúncio de hoje da Academia Sueca, Wole Soyinka manifestou alegria pela atribuição do galardão a Gurnah, afirmando que é um sinal de que as artes, em particular a literatura, "são uma bandeira que resiste acima das realidades deprimentes", num "continente em permanente construção".

"Que a tribo cresça!", exclamou Soyinka, Nobel da Literatura em 1986, citado hoje pela Associated Press.

Abdulrazak Gurnah, que nasceu em 1948 em Zanzibar, na Tanzânia, e vive desde a adolescência no Reino Unido, é o primeiro autor negro africano a ser reconhecido pela Academia Sueca em mais de trinta anos, depois do nigeriano Wole Soyinka.

Ao longo da sua carreira literária, publicou dez romances e uma série de contos, dedicando todo o seu trabalho aos legados do colonialismo, exílio e dos refugiados, temas que refletem a sua própria experiência de vida.

No entender do comité sueco, a obra literária de Abdulrazak Gurnah é um "retrato vívido e preciso de uma outra África, numa região marcada pela escravatura e por diferentes formas de repressão de vários regimes e poderes colonialistas: português, indiano, árabe, alemão e britânico".

Nobel a Gurnah é "uma vitória para Tanzânia e África", diz governo tanzaniano

O governo da Tanzânia saudou a concessão do Nobel e considerou que se trata de "uma vitória" para a Tanzânia e o continente africano.

“Fez, sem dúvida, justiça à sua profissão. A sua vitória é a vitória da Tanzânia e de África”, escreveu o porta-voz do executivo tanzaniano no portal Twitter, citado pela agência France-Presse.

Em Zanzibar, onde ainda vivem familiares de Gurnah, a notícia da atribuição do Nobel de Literatura foi recebida com alegria, embora só os habitantes mais velhos se lembrem do escritor e poucos tenham lido alguma das suas obras, já que são difíceis de encontrar, como conta o ministro da Educação, Simai Mohammed Said, à Associated Press.

Ainda assim, o ministro, cuja mulher é sobrinha do laureado, considera que Gurnah é "um filho de Zanzibar que trouxe muito orgulho" à ilha.

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