“No âmbito da 4.ª Edição da Capital da Leitura, em Alvalade, e no ano em que se celebram os 40 anos da vida literária de Lídia Jorge, a freguesia presta homenagem à escritora e moradora do bairro. Este ciclo literário, com curadoria de Carlos Vaz Marques, conta com tertúlias, colóquios, debates, oficinas, música, poesia e arte urbana”, indicou a junta de freguesia de Alvalade, em comunicado.

Esta “programação eclética” começa hoje, às 10:00, com um colóquio sobre “As inquietações de Janus – Rostos ontológicos e sociais na obra de Lídia Jorge”, na Biblioteca Nacional, que contará com a participação de Fernando Pinto do Amaral, Carlos Reis, Guilherme de Oliveira Martins, António Carlos Montez, Maria Graciete, Pierre, Carina Infante Carmo, José Cândido Oliveira Martins e Isabel Pires de Lima. No mesmo dia, pelas 21:00, está marcado um jantar tertúlia no restaurante Tico Tico.

A apresentação do programa completo aconteceu no passado sábado, na Feira do Livro de Lisboa, num momento de conversa entre a escritora e o presidente da Junta de Freguesia de Alvalade, José António Borges, pautada pela celebração dos 40 anos do lançamento do romance “O Dia dos Prodígios”, mas também pelas vivências da escritora naquele bairro e histórias da sua vida literária.

Entre as várias iniciativas previstas ao longo de seis dias, contam-se momentos de música, com recital de piano, fado e poesia, estreias, inauguração de um mural, tertúlias à mesa, debates, cinema e encontros de Lídia Jorge com outros nomes da literatura nacional.

O jornalista, editor e tradutor Carlos Vaz Marques é o curador do evento, que acontece com as limitações habituais em tempos de pandemia, ou seja, com participação reduzida do público, em espaços adaptados à exigências de higiene e segurança, e mediante inscrição prévia, através do 'email' cultura@jf-alvalade.pt, informa a junta de freguesia.

Entre arte urbana, com a inauguração de um mural na Rua Flores de Lima, passando pela presença de Lídia Jorge no cinema, com a exibição do filme “A Costa dos Murmúrios” e de uma cena de “O Labirinto da Saudade”, em que a escritora participa, o programa dedica ainda a manhã e tarde de dia 26 aos mais pequenos, com a estreia absoluta de um conto musical de Lídia Jorge, por Sérgio Azevedo, e ainda uma oficina sobre linhas de história e fios da memória, dinamizada pela Porta Amarela.

O compositor Sérgio Azevedo estreia "O Grande Voo do Pardal", para narrador e piano, cerca de uma década depois de também ter trabalhado uma primeira obra da escritora para a infância, "Romance do Grande Gatão", conto musical para narrador e orquestra.

Outro dos momentos em destaque é o debate “A Voz Feminina: literatura e identidade de género”, moderado por Pilar Del Rio, com a participação de Isabel Rio Novo, Ana Luísa Amaral e Filipa Leal, a realizar no Centro Cívico Edmundo Pedro, no dia 23.

“Este encontro de mulheres 'empoderadas' acontece um dia antes do encontro entre [a algarvia] Lídia Jorge e [a pintora trasmontana] Graça Morais, que conversarão sobre as raízes rurais de ambas e de como uma identidade ancestral ligada à terra, aos bichos, à natureza lhes alimenta a imaginação”, informa a junta.

Além da área literária, estão previstas outras iniciativas como momentos musicais, com fados adaptados de letras de Lídia Jorge, com a cantora Mísia, e ainda um recital de piano a quatro mãos, com Mariana Soares e Manuela Fonseca, a decorrer no Centro Cívico Edmundo Pedro.

Lídia Jorge foi distinguida no final de agosto com o Prémio da Feira Internacional do Livro de Guadalajara, de Literatura em Língua Românicas e, em julho passado, com o Prémio Tributo de Consagração Fundação Inês de Castro/2019.

No âmbito das celebrações dos 40 anos da publicação do seu primeiro romance, também a revista Colóquio/Letras dedica um extenso dossiê à obra de Lídia Jorge, na edição agora lançada, referente ao período de setembro a dezembro.

Agnès Levécot, Franklin Nelson, Conceição Brandão, Ana Paula Ferreira, Paulo de Medeiros, entre outros, apresentam diferentes leituras a partir de uma obra que, desde o início, tem vindo a refletir sobre a realidade do país e a questioná-la, sempre com uma liberdade de escrita que lhe confere um lugar cimeiro no nosso panorama atual.

O dossiê inclui um conto inédito da autora, intitulado “Os Sete Viajantes ou Arte Povera”.

Lídia Jorge estreou-se com a publicação de "O Dia dos Prodígios", em 1980, dando início a uma obra, que abarca as áreas do romance, conto, ensaio, teatro, distinguida com os principais prémios nacionais e estrangeiros: Grande Prémio de Literatura dst (2019), Prémio Vergílio Ferreira (2015), Prémio Luso-Espanhol de Cultura (2014), Prémio Internacional de Literatura da Fundação Günter Grass (2006), Grande Prémio de Romance da Associação Portuguesa de Escritores e o Prémio Correntes d'Escritas (2002), Prémio Jean Monet de Literatura Europeia (2000), Prémio D. Diniz da Casa de Mateus (1998).

O seu mais recente romance, "Estuário" (2018), foi finalista do Prémio Médicis 2019, para melhor obra estrangeira publicada em França.

Em 2019, Lídia Jorge estreou-se na poesia, com "O Livro das Tréguas". Este ano publicou o livro de crónicas "Em Todos os Sentidos".

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