Vale a pena recordar que filmes como “Plano de Fuga 3” eram lançados exclusivamente para mercado "direct-to-video" como forma de progredir no circuito dos videoclubes e nos seus nichos. Como os tempos mudaram, os videoclubes “morreram”, o mercado do "home video" está pelas ruas da amargura e o "streaming" está aí à porta a entregar-nos propostas mais aliciantes, sente-se que este filme de John Herzfeld vem ocupar um lugar não lhe pertence por direito: a sala de cinema.

A verdade é que “Ghost Story” ou “Desobediência” (para nomear alguns exemplos recentes e gritantes) foram "despachados" para o "video-on-demand", enquanto que "Plano de Fuga" chega com o seu direito privilegiado de projeção.

Porém, isso são outras histórias e nada disto importa agora para a qualidade do filme.

Falemos então dele: sob fórmulas de evasão prisional, a saga "Plano de Fuga"  começou em 2013 como um pretexto para reunir as estrelas de ação Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger. Era um produto que apelava mais pelo "star system" do que propriamente pela ideia não tão criativa que se apresentava, o que não impediu que surgisse um segundo tomo, datado de 2018, com Stallone a repetir o papel e tendo como novo parceiro Dave Bautista.

Ambos regressam agora para este protótipo de ação que condensa apenas os requisitos mínimos narrativos e imaginativos. Exibindo toda uma seriedade ou pretensão dramática que evita que o filme avance por territórios "camp" ou simplesmente escapistas, mesmo que o seu desenvolvimento não seja capaz de complexidades ou sintomas do género. E acrescenta uma pose sedutora para com o mercado chinês… quem diria?

Não há nada de grave em "Plano de Fuga 3". Não é este tipo de produções "paraquedas" que são o atual “cancro” da indústria. E tendo em conta a qualidade do seu desempenho, Sylvester Stallone demonstra que tem a perfeita noção do projeto em que se insere. Se não havia fé nisto, queriam o quê? Milagres!?

"Plano de Fuga 3": nos cinemas a 4 de julho.

Crítica: Hugo Gomes

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