Antes de estrear, “Chama-me Pelo Teu Nome” já tinha toda uma história viral pela internet: uma sequência de dança desengonçada, protagonizada por Armie Hammer, ao som de "Love My Way" de Psychedelic Furs.

O ator com o ar pateta mas confiante, imersivo mas descomprometido, foi alvo de montagens, onde colocaram o seu metro e noventa e seis a dançar ao som de Rihanna ou "A Guerra dos Tronos".

É esta atitude que apaixona a personagem de Timothée Chalamet, a outra face do filme-sensação que protagoniza um poema ao primeiro amor, onde desejo e a recordação se esbatem, algures pelo norte de Itália.

No início dos anos 80, Elio (Chalamet) e Oliver (Hammer) desfrutam da vida. Perdidos na brisa do verão, na frescura do rio, no sabor dos damascos, na pele um do outro.

Elio tem 17 anos e é filho de um professor de cultura Greco Romana (Michael Stuhlbarg) que todos os verões recebe um dos seus alunos mais brilhantes, para um estágio anual. Este ano, o alto e bonito Oliver é o escolhido.

James Ivory adapta com sensibilidade o livro de André Aciman, desenvolvendo com tensão errónea e sensual as colisões momentâneas dos dois rapazes: um encontrão com as bicicletas ou conversas ríspidas ao largo da piscina não são mais do que "flirts" em que se vão testando. Quando a abertura entre os dois se dá, nada é forçado e tudo é generosamente desenvolvido.

De ritmo lento e compassado, como um verão que vai passando, vamos entrando no aborrecimento do tempo que vai chegando a um fim, do tempo que lhes recorda imensas oportunidades... de falarem sobre assuntos que importam, com a aura do fruto proibido sempre presente.

Realizado por Luca Guadagnino, “Chama-me Pelo Teu Nome” tem luxúria e melancolia visual em igual medida de intensidade, como que nos lembrando que todo o amor de verão... vem com prazo para acabar.

"Chama-me Pelo Teu Nome" nos cinemas a 18 de janeiro.

Crítica: Daniel Antero
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