“A Pequena Sereia” teve estreia mundial a 17 de novembro de 1989 e marcou o renascimento da animação Disney. Em Portugal, onde as animações chegavam então muitas vezes com um ano de atraso, foi preciso esperar por 21 de dezembro de 1990, com a dobragem em português do Brasil que era tradicional na época.

A história da sereia que vivia num paraíso subaquático mas se encantava com a vida à superfície, principalmente depois de salvar do afogamento o príncipe Eric, marcou um regresso aos tempos de animação desenvolvida por Walt Disney há muitos anos, relançando a obsessão pelas princesas como não se via desde “A Bela Adormecida” (1959) - e que se prolongou até à atualidade, com “Frozen II - O Reino do Gelo”, prestes a estrear - e recuperando a importância da música nas animações: ganhou os Óscares para Melhor Canção (a inesquecível “Under the Sea”) e Banda Sonora Original.

Quando estreou, a Disney estava já, graças à equipa formada cinco anos antes por Michael Eisner e Jeffrey Katzenberg, a colher os benefícios de uma estratégia de revigoração com vista a deixar o último lugar entre os grandes estúdios de Hollywood a nível de receitas.

O estúdio procurava recuperar a vantagem no campo de animação, que entrara lentamente em crise com a morte de Walt Disney no final de 1966: o último grande sucesso fora “O Livro da Selva” (1967) e os que se seguiram, como “Os Aristogatos” (1970), “Robin dos Bosques” (1973), “As Aventuras de Bernardo e Bianca” (1977) ou “Papuça e Dentuça” (1981), ainda que bem recebidos numa era em que escasseava o cinema para toda a família, não conseguiram captar a mesma magia.

O fracasso de “Taran e o Caldeirão Mágico” (1985), o mais caro até então, foi o ponto da transição para uma mudança. Se “Rato Basílio, o Grande Mestre dos Detectives” (1986) teve um sucesso moderado, “Quem Tramou Roger Rabbit?” (1988) revelou-se decisivo para conquistar os adultos para ir ao cinema ver desenhos animados.

Foi neste contexto que “A Pequena Sereia” estreou e se tornou, na época, a longa-metragem de animação de maior sucesso de sempre, relançando uma nova idade do ouro artística e comercial que se consolidaria com “A Bela e o Monstro” (1991), a primeira animação também nomeada para o Óscar de Melhor Filme, “Aladdin” (1992) e “O Rei Leão” (1994) e se prolonga até aos nossos dias. E todo esse entusiasmo pela animação levaria à criação de novos estúdios que, pela primeira vez, conseguiriam desafiar a Disney na arena da longa-metragem, como a DreamWorks e a Blue Sky, a par e passo com uma explosão criativa e comercial da animação televisiva, encabeçada por séries como “Os Simpsons”.

A vertente musical do filme, por via dos talentos de Alan Menken e do falecido Howard Ashman, também marcou a sua época e os filmes de animação que lhe seguiram, com uma bem sucedida transposição para os palcos da Broadway, nomeadamente no caso de “O Rei Leão”.

Na sequência do sucesso comercial dos vários "remakes" em "live-action" dos seus clássicos de animação, a Disney tem atualmente em preparação a nova versão de “A Pequena Sereia” com Halle Bailey como Ariel, Jonah Hauer-King como príncipe Eric, Melissa McCarthy como Ursula e Javier Bardem como Rei Tritão. O realizador é Rob Marshall, que assinou filmes como o oscarizado “Chicago” e “O Regresso de Mary Poppins”.

Tudo o que se passa à frente e atrás das câmaras!

Receba o melhor do SAPO Mag, semanalmente, no seu email.

Os temas quentes do cinema, da TV e da música!

Ative as notificações do SAPO Mag.

O que está a dar na TV, no cinema e na música!

Siga o SAPO nas redes sociais. Use a #SAPOmag nas suas publicações.